Por: Deputado Maurici
Foto: Reprodução
Os atos de vandalismo e antidemocráticos do dia 8 de janeiro que o Brasil assistiu estarrecido foram certamente insuflados com a ajuda nada desprezível da disseminação de fake news. Embora os ataques à Praça dos Três Poderes em Brasília já estejam sendo investigados é imprescindível também a apuração de como e de onde partiram as notícias distorcidas, e muitas vezes inventadas, desqualificando as eleições presidenciais e instituições, como o Supremo Tribunal Federal.
É justamente para investigar o possível envolvimento nos atos antidemocráticos do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e ideólogo da nova direita radical populista, que protocolamos duas representações criminais no Ministério Público Federal (MPF) no dia 1º de abril.
A data foi escolhida para frisar que a mentira, embora dizem que tenha perna curta, é capaz de destruir reputações de pessoas e do patrimônio público, com prejuízos muitas vezes irrecuperáveis.
As representações protocoladas no MPF por mim e pelo deputado federal Kiko Celeguim são bastante claras. Foram inúmeras as vezes em que Bolsonaro e Bannon se utilizaram das redes sociais e de outros expedientes para espalhar notícias falsas, sobretudo colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral de 2022, cujo resultado foi a vitória de Lula à Presidência da República.
Em palestra sobre teorias de desinformação em eleições em 12 de agosto de 2021, nos Estados Unidos, Bannon afirmou que Bolsonaro iria vencer a eleição presidencial de 2022, a menos que fosse roubado “pelas máquinas”, referindo-se às urnas eletrônicas.
Da mesma forma, em 30 de outubro do ano passado, sem nenhum tipo de fundamento, Bannon publicou na rede social Gettr que a eleição presidencial foi “roubada à luz do dia”. Recentemente, em entrevista à Folha de S. Paulo (dia 28/03), Bannon voltou a falar que houve fraude nas eleições presidenciais.
Bolsonaro, por sua vez, defendeu inúmeras vezes no exercício da Presidência, e mesmo antes dela, o fechamento do STF, a intervenção das Forças Armadas em outros Poderes e incitou sua base de apoio a não respeitar o resultado eleitoral caso o eleito não fosse ele, Bolsonaro.
Tanto Bolsonaro quanto Bannon produziram e disseminaram “informações falsas ou que induzem a erro, na clara intenção de influenciar resultados e processos políticos, inclusive mobilizar cidadãos para atingir seus interesses, mesmo contra o processo democrático e os princípios e regras do Estado Democrático de Direito brasileiro”, afirmam as representações.
Chega de fake news e de impunidade. O povo brasileiro precisa e merece respeito.
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